27/12/2011

Entrevista com Margareth Boury





Para Margareth Boury, não há diferença entre escrever uma trama original ou adaptar uma novela de sucesso.


"Escrever é sempre uma tarefa complicada. Você precisa trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana. E não tem tempo nem para ir ao médico!", brinca ela.


Da trama original, Margareth garante ter mantido apenas o eixo central da história: seis jovens estudantes que resolvem formar uma banda.


 Para a versão da Record, criou novos núcleos e acrescentou outros personagens. E mais: pretende aprofundar temas delicados, como alcoolismo e anorexia.


 "Os pais têm que prestar mais atenção ao que está acontecendo à sua volta. Infelizmente, não posso pegar muito pesado por causa do horário. Mas acho importante falar destes assuntos na TV", defende.


Nos últimos meses, você teve a oportunidade de ler as sinopses de algumas produções da Televisa. Quais as diferenças entre a teledramaturgia mexicana e a brasileira?


Margareth Boury - A teledramaturgia mexicana tem pouquíssimas personagens. E um tempo de arte no ar bastante reduzido também. Lá, o tempo de arte é de, no máximo, 22 minutos. Na Record, teremos 45. Eu não sustento 45 minutos de arte no ar com apenas seis personagens. Por isso, tive que criar outros núcleos. O público mexicano também é diferente do brasileiro. Lá, você tem os protagonistas e uns 360 vilões. Aqui, não. No Brasil, você tem que ter um vilão que o público saiba que é vilão e um mocinho acima de qualquer suspeita. Lá, o herói mexicano pode cometer das suas cafajestadas, que não tem problema. No Brasil, o público não tolera deslizes por parte do herói.




Você teve a oportunidade de assistir à versão original de "Rebelde"?
Margareth Boury - Quando a novela foi exibida há alguns anos, não tive chance de assistir. E, desta vez, não tive tempo. O que aconteceu é que eu recebi a sinopse, dei uma lida e o Pedro Damian, que é produtor da Televisa, me deu carta branca para fazer o que bem quisesse. Não estou sendo rebelde... (risos) 

 O que muda da versão original para a sua?
Margareth Boury - Uma versão não tem muito a ver com a outra. A única coisa que eu mantive foi a história dos seis protagonistas. Quanto ao resto, mudei tudo. A começar pela história dos pais. Mudei também o perfil de alguns protagonistas, como a Alice, por exemplo. Na minha versão, ela não é tão fútil quanto na original. Além disso, criei um núcleo inteirinho que não existia na versão original, que é o núcleo da Vila Lene, e investi bastante em personagens adultos. Não quero apenas que os jovens assistam à novela. Quero que o pai, o tio e o avô dos jovens também assistam à novela. Problemas com jovens todo mundo tem em casa, não é verdade?

 Você começou a carreira como atriz. Sente saudades de atuar?
Margareth Boury - Não! De jeito nenhum! Sou horrível como atriz! Nem o meu pai (Reinaldo Boury, diretor), coitado, dá jeito nisso... (risos)

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